RELATóRIO IDENTIFICA COLESTEROL E PERDA DE VISãO COMO FATORES DE RISCO DA DEMêNCIA

O colesterol e a perda de visão são fatores de risco de demência, que, se forem atacados precocemente, podem, juntamente com outros fatores, prevenir ou atrasar quase metade dos casos no mundo, revela um relatório divulgado esta quarta-feira.

O relatório foi produzido pela terceira Comissão Lancet sobre prevenção, intervenção e cuidados na demência, formada por 27 peritos internacionais. A comissão, criada por iniciativa da revista médica britânica The Lancet, adiciona o colesterol e a perda de visão a 12 fatores de risco de demência identificados em 2020: níveis de escolaridade mais baixos, deficiência auditiva, hipertensão arterial, tabagismo, obesidade, depressão, inatividade física, diabetes, consumo excessivo de álcool, traumatismo cranioencefálico, poluição do ar e isolamento social.

Segundo os especialistas, se se atacar estes 14 fatores de risco ao longo da vida poder-se-á prevenir ou atrasar quase metade dos casos de demência à escala global.

O relatório faz várias recomendações dirigidas aos governos e às pessoas individualmente, como reduzir o teor de açúcar e sal na comida vendida em lojas e restaurantes, aplicar medidas antitabágicas como controlo de preços e aumento da idade mínima para compra de tabaco, diminuir a exposição à poluição atmosférica e a ruídos nocivos, tornar os rastreios e tratamentos de deficiências visuais acessíveis a todos e propiciar educação de qualidade a todas as crianças.

Um estudo anterior publicado na revista The Lancet estimava que, devido ao rápido envelhecimento da população, o número de pessoas a viverem no mundo com demência iria quase triplicar em 2050, totalizando 153 milhões (em 2019 eram 57 milhões de pessoas).

Em 2019, os custos de saúde e sociais globais associados à demência estavam estimados em mais de mil milhões de dólares.

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